Uma história de bar…

Quando estávamos filmando entrevistas para o nosso documentário, passamos por um bar na Haddock Lobo, chamado Espeto de Bambu e destinado ao público gay. Nesse bar, conhecemos e entrevistamos um casal de mulheres, Jéssica e Rose. As duas foram super simpáticas e nos falaram um pouco sobre elas e sua relação com os bares mas, infelizmente, não conseguimos colocar a entrevista com elas no documentário. Elas nos contaram que gostam tanto de frequentar aquele bar pois ele é intimista, faz elas se sentirem a vontade, acolhidas. Para elas, os bares servem como local de lazer, além de serem muitas vezes um refúgio, onde elas têm menos receio de sofrer alguma abordagem preconceituosa. E claro, é um local de começos e términos de namoro. Elas próprias são um exemplo. Rose e Jéssica tinham se conhecido pela internet há uns anos, mas havia uma grande diferença de idade, e Jéssica não tinha 18 anos. Por isso, elas não se relacionaram na época, e foram se reencontrar apenas uns seis, sete anos mais tarde, como vocês podem imaginar, em um bar. Assim, foi num bar que elas, depois de tantos anos, começaram o relacionamento. Essa é apenas uma das muitas histórias de casais juntados por causa dos bares, e agradecemos muito a Rose e Jéssica pela ótima entrevista!

Como avaliamos o projeto?

Oi gente, tudo bom?

A idéia do projeto, de buscar enxergar nossa cidade de uma outra forma, foi muito legal, assim como a viagem de três dias por São Paulo, que cumpriu tal objetivo. No entanto, muitas vezes o projeto acabou se tornando um peso já que, por causa de todo o trabalho e estresse, as vezes passava a ser visto muito mais como uma obrigação e não como algo prazeroso. A nossa longa rotina e os conflitos de trabalhar com um mesmo grupo por todo o ano são exemplos de coisas que tornam o processo desgastante. Apesar de todas essas dificuldades na hora de executar o projeto, ele foi, no geral, bem interessante e diferente dos trabalhos de que já estávamos acostumadas a fazer nos últimos anos de Mobile. Sugerimos que mantenham o modo como a viagem em maio foi feita: com maior liberdade, sem a obrigação de passar o dia anotando informações requeridas em um caderninho para fazer uma atividade avaliativa já na mesma noite no hotel. Isso foi um dos principais fatores para a viagem desse ano ter sido tão boa, e é importante que isso seja mantido. Outra sugestão para os professores é, se possível, não marcar a entrega do trabalho logo antes da semana de provas, pois foi muito difícil de finalizar o projeto e fazer todas as nossas outras obrigações, de forma que, com frequência, tivemos que escolher entre dedicar tempo aos estudos ou ao minidocumentário. Ainda sobre isso, sugerimos aos alunos que não deixem para fazer tudo de última hora, adiantem o que puder ser adiantado, pois vai tornar o processo menos estressante!

Carol, Isa, Li, Vicky

O que faríamos diferente?

Passamos grande parte desse ano nos dedicando ao nosso documentário sobre os bares na cidade de São Paulo. Apesar de todas as dificuldades encontradas, achamos que o produto final ficou, no geral, bem legal. No entanto, agora percebemos coisas que teríamos feito diferente se pudéssemos.

Em primeiro lugar, faríamos as filmagens com mais calma, prestando mais atenção na câmera e checando se a imagem estava bem enquadrada ou se a iluminação estava boa, já que perdemos ou prejudicamos entrevistas por causa desses descuidos. Outro problema foi a dificuldade de se encontrar, pois na maioria dos dias não conseguíamos estar todas presentes. Isso foi bem difícil principalmente na hora de editar o filme, já que em vários dos dias trabalhamos cada uma de sua casa, e isso tornou a edição mais complicada. Também vemos agora o quanto é importante a organização dos horários. Achamos que deveríamos ter nos organizado melhor para que as entrevistas fossem feitas mais ao longo do ano, e não concentradas em dois meses. Ahh, exercitar melhor a paciência também é uma boa!

Além disso, a ideia de deixar tudo para a última hora e de não ter se preparado propriamente para fazer uma entrevista prejudicou o nosso grupo, em decorrência de não termos um material bom, pré-selecionado. Dessa forma, não foi possível se aprofundar na tese como queríamos, muito menos visitar todos os bares selecionados, e, posteriormente relacionar essa tese sobre os bares com a cidade e com o  seu clima urbano.

Bom, essas são as principais coisas que faríamos diferente num trabalho como esse. Apesar desses obstáculos, ficamos satisfeitas com o resultado, e esperamos que todos gostem do nosso minidocumentário. Um grande beijo!

Carol, Isa, Lí e Vic.

Sobre os 3 dias na nossa SP – Vic

Nasci e cresci na cidade de São Paulo, sempre tive muito contato e fui muito próxima dela. E os três dias do estudo do meio me ajudaram muito a estreitar essa relação, a partir de dois fatores principais.

O primeiro diz respeito a quantidade de coisas que eu descobri que ainda existem  pra serem exploradas na cidade. Apesar de eu conhecer as ruas e os pontos principais delas, nunca iria imaginar que parando em um pequeno restaurante eu iria comer uma comida tão boa, ou que uma lojinha que possívelmente passaria batida no dia a dia poderia ter coisas tão incríveis por dentro. Agora tenho andado mais atenta a esses pequenos detalhes.

Segundamente, venho falar do mais importante, o que realmente grudou na minha cabeça e constantemente me faz refletir: a minha relação com o outro. O outro cidadão, a outra pessoa, aquele que está esperando o semáforo abrir do outro lado da rua, aquele que está dentro do fiat preto que não para de buzinar, aquele morador de rua que está dormindo ao lado de seu cão embaixo de uma ponte, aquela senhora de aspecto cansado que está descendo do mesmo ônibus que eu irei pegar. Todos esses outros. O projeto me fez pensar que eu faço parte dos outros de outra pessoa, assim como todos os cidadão de SP, e assim nós formamos uma massa de outros, porém, sem pensar que somos pessoas, com histórias, com experiências, com famílias(ou não), com passados e sonhos. Depois da visita a tantos lugares(principalmente os locais religiosos e a ocupação), e contato com tantas singularidades, eu passei a me sentir mais parte da cidade, por tentar ao máximo ver a humanidade em cada indivíduo, e assim ter um sentimento de pertencer: pertenço a cidade ao pertencer a massa ao ser uma singularidade no meio de tantas outras. Sem mais entrar num metrô pensando que sou eu a única que estou incomodada com a abarrotação do vagão. Todos estamos, e todos temos um motivo distinto para pegar o metrô.

Fui muito profunda agora. Ufa! 😀

Reflexões sobre o projeto: A Cidade – Isadora

Olá gente, tudo bom?

Os três dias que passeamos por São Paulo no nosso estudo do meio foram simplesmente incríveis. Foi muito bom andar por nossa cidade não apenas como um local de passagem e conhecer lugares diversos que nunca tínhamos visitado ou sequer ouvido falar. A melhor parte para mim foi que, diferente das outras viagens que fizemos com a escola, nessa a gente não teve que ficar andando por todo o lado com um caderninho na mão, tentando (para mim, pelo menos, com muita dificuldade) pegar todas as informações específicas que tinham que ser anotadas. Isso, além de não deixar a viagem estressante, permitiu que prestássemos mais atenção ao que estava ao nosso redor, ao invés de ficar se esforçando para pegar cada palavra de uma “aula expositiva do guia”.

Dessa forma, o Estudo do Meio, assim como o projeto, que também fez com que fossemos para bares de diferentes localizações da cidade, provocou um maior contato com São Paulo. Depois desse ano, tenho mais interesse em conhecer a cidade onde vivo e tenho mais noção de que ela tem, sim, atrações e atividades legais. Apesar disso, admito que ainda posso desenvolver mais essa atitude, pois embora veja a cidade de outra maneira, não desenvolvi uma paixão por ela e também (aliada à falta de tempo e à preguiça) não me esforcei tanto para sair e tentar programas novos por São Paulo.

Portanto, acho que o projeto do Móbile na Metrópole como um todo foi muito interessante, e me mostrou que a cidade vai bem mais além daquilo que eu já conhecia. No entanto, ainda quero entrar mais em contato com São Paulo, pois mesmo que minhas ideias sobre ela tenham mudado, na prática ainda posso mudar mais.

Isa Vieira

Reflexões sobre o processo – A Cidade – Carol Medina

Os três dias que passamos na verdadeira São Paulo foram de um valor imensurável pra mim, apesar de eu já ter antes do projeto a curiosidade e sonho de me locomover sozinha pela cidade. O Móbile na Metrópole me deu as ferramentas para tal. Sempre fui uma pessoa muito perdida geograficamente o que explica um pouco a preocupacao de meus pais com a minha falta de noção de espaço. Acho que com a experiência que vivemos naqueles três dias eu agoro sei novas formar de viver São Paulo. Aprendi a agir no metrô, a perguntar sobre o meu destino para pessoas na rua… Além disso, o mais importante: começei a me interessar realmente sobre a organização da cidade. Já passei alguns dias com meu irmao aprendendo sobre nomes de ruas e bairros dos mais diversos. Isso me deu confiança e também me inspirou a ir a novos lugares nunca antes descobertos por mim. O móbile na metrópole, na realidade, me deu mais liberdade (um aspecto extremamente necessário à essência de Carol Medina que não parece se contentar com o mundo “conhecido”).

Carol

Reflexões sobre o projeto- A cidade- Lí Garcia

Após os três dias de estudo do meio que fizemos, por São Paulo, minha relação com a cidade mudou em relação aos espaços públicos. De forma que passei a prestar mais atenção ao que passava ao meu redor no dia a dia, atualmente quando ando pela minha metrópole.

Com essa mudança acerca da minha visão comecei a pesquisar mais acerca sobre os lugares que geralmente frequento e comecei também a sentir que aquela cidade também era minha, e não apenas um mero espaço de passagem. Sentindo, sobretudo, um peso grande de responsabilidade por saber que a cidade também  é minha, então o que poderia fazer para mudá-la? Essa reflexão só mudou graças ao projeto. Valeu Móbile por essa experiência e pelos professores que tiveram essa ideia, e apostaram nela.

Abraço, Lí Garcia.

O que aprendi ao fazer esse documentário – Vic

Muito mais legal do que fazer relatórios científicos ou cálculos matemáticos como nos outros anos! Mas ainda assim deu trabalho e uma boa carga de estresse em cima do grupo.

Eu fui com muito entusiasmo fazer esse projeto, principalmente por filmagens e mídias serem parte do que eu quero para minha vida futuramente(tv e publicidade). E essa experiência me ensinou muito sobre isso de produção de conteúdo, como por exemplo saber lidar com imprevistos e saber se adequar ao ambiente no qual filmamos.

Como assim? Bom, um exemplo de imprevisto inclusive ficou no documentário: um terceiro invadir a filmagem e ficar fazendo gracinha pra câmera; ou ir entrevistar uma pessoa, ela pedir um momento para se preparar(uns 20 minutos) e voltar claramente bêbada e drogada e desistir de dar a entrevista. Pois é, algumas vezes foi bem frustante.

E sobre a questão de se adequar ao ambiente: nosso trabalho é sobre bares, gravado em bares entrevistando frequentadores e trabalhadores de bares. Bares não são ambientes formais. Em determinado momento eu percebi que não fazia sentido nós chegarmos pedindo permissão com muitas cerimônias, bastava comprimentar, conversar um pouco com os donos/funcionários e com os clientes no balcão, que logo já tinhamos uma conversa super interessante e histórias ótimas para o documentário, e tudo bem descontraído, do jeito que uma conversa de bar deve ser. Nos proporcionando boas risadas e uma boa filmagem, sem deixar os entrevistados desconfortaveis ou travados na hora de falar.

Infelizmente, devido a um problema que eu estou tendo em relação a notas que eu preciso recuperar, eu não pude dar a atenção que eu queria ter dado a essa parte de filmagens, pois muitas vezes tinha que ficar em casa estudando química e física. E por isso o resultado final desse projeto não reflete muito o que eu tinha idealizado. 😦

Reflexões sobre o projeto – O processo – Carol Medina

Durante o processo em que nos dedicamos a realizar o documentário “um gole de vida” com a temática da vida boêmia em são Paulo tivemos muitos altos e baixos. Os altos acredito que foram mais no inicio em que estávamos ansiosas e idealizando muito o projeto. Os baixos acredito que foram quando entramos em alguns conflitos como grupo com a divisão de tarefas. Acho que o mais complicado foi conciliar estudos com todas as exigências do documentário (como pesquisas, filmagens, posts).

Os dias em que saímos para entrevistar foram divertidos e acabamos conhecendo pessoas de todos os tipos, o que promoveu uma transformação em nossas vidas é claro. Conversar com pessoas que eu nunca vi na vida foi uma novidade e trouxe boas lembranças. Terias sido muito melhor se tais viagens por são Paulo não fosse tão concentradas em um único período e sim mais espalhadas de forma a evitar o cansaço. Porém acho que neste quesito foi uma má organização pessoal nossa.

O projeto em si foi gratificante, ainda mesmo que tenha disso longo e trabalhoso… Para mim, pelo menos, eu tive um certo alívio quando vi o documentário pronto mas muito orgulho também. Algumas questões técnicas do vídeo poderiam ter sido melhoradas, mas novamente foi um problema de nossa responsabilidade.

O blog tem momentos em que foi esquecido pois estávamos nos preocupando com outras coisas, o que eu acho completamente compreensível. Porém no geral, acredito que o nosso esforço resultou numa boa qualidade estética e bom conteúdo, não propriamente em quantidade. – Carol